terça-feira, 31 de maio de 2011

JARDIM

Esta é uma história muito conhecida em Portugal e, no nosso espectáculo, é contada de uma maneira diferente - talvez como diário de Inês de Castro.
Neste diário ela descreve o seu primeiro encontro, o amor, a vida com Pedro, e o seu assassinato. Contudo, o seu diário continua para lá da sua morte. Até à exumação do seu corpo e coroação como rainha de Portugal, Inês relata o que acontece com aqueles que permanecem vivos.
O objectivo de “Jardim” é criar a imortalidade do amor, sendo também importante para o espectáculo a arquitectura do Theatro Circo porque levará o corpo físico do espectador do fundo do inferno até à última nuvem do paraíso, num processo em tempo real.
O meu trabalho de alguns anos com a Companhia de Teatro de Braga dá-me a possibilidade de fazer este espectáculo único, para glória e espírito da cultura portuguesa, com um agradecimento especial a Rui Madeira.
Alexej Schipenko

Autoria e encenação Alexej Schipenko § Tradução António Pescada § Interpretação André Laires, Carlos Feio, Frederico Bustorff Madeira, Jaime Monsanto, João Chelo, Rogério Boane, Rui Madeira, Solange Sá, Thamara Thais § Cenografia e figurinos Samuel Hof § Criação vídeo Frederico Bustorff Madeira § Criação sonora Luís Lopes § Desenho de Luz Fred Rompante § Grafismo Carlos Sampaio § Fotografia Paulo Nogueira

Alexej Schipenko

Alexej Schipenko nasceu em 1961, em Stavropol (Rússia), e cresceu em Sebastopol (Ucrânia). 
Schipenko começou muito cedo a escrever monólogos e poemas.
Guitarrista, animador de um grupo de rock, estuda na Escola Estúdio do Teatro de Arte de Moscovo. A sua primeira peça O Observador (1984) é representada por um dos gurus da cultura paralela. A marca do rock lê-se no estilo sincopado de A Morte de Van Helen (1987), peça que obteve um enorme sucesso junto dos jovens espectadores que se reconhecem nos personagens marginais em crise.
Desprovida de psicologia, a obra de Schipenko abre uma questão sobre o Fim da Humanidade, num caos de imagens e através de discursos paródicos embelezados de clichés de "língua de pau" (Arqueologia de 1988 e Um cadáver Vivo, de 1990). Schipenko, que já foi um futebolista profissional consagrado, vive em Berlim desde 1992, onde no ano seguinte dirige a sua obra Da Vida de Komikaze. Entre outros teatros, o encenador trabalhou no Baracke Deustches Theater, dirigido por Thomas Ostermeier que encenou a sua peça Suzuki e com quem trabalha regularmente.
Entre 1981 e 1991 escreveu um grande número de peças: Arqueologia, Verona, Economia Natural a Shambala, o Meu Mercedes Branco, O jardim... Depois escreveu The New Field Theory, A Casa dos Leões, Moscovo - Frankfurt, A Nova Mulher de Poskryobieksi, Las Russian Play, A Minha pátria é a Rússia..., e ainda a peça-filme Kursk que estabelece um paralelismo entre o romance de D. Pedro e Inês de Castro, o afundamento do submarino Russo no mar do Norte e o terrorismo na Tchechénia.
Em 2005 e 2006 encenou na Companhia de Teatro de Braga as peças A Vida Como Exemplo e Praça de Touros, escritas propositadamente para a CTB, e em 2008 encenou Os Lusíadas, a partir da obra de Luís de Camões.
Alexej Schipenko é um dos mais radicais autores russos, na procura de uma nova escrita dramática.